terça-feira, 26 de maio de 2009

Paciência e Bom Sexo: Receita de Casamento


Paciência e bom sexo. Esta é a receita de um casamento longo. Quem disse isso foi o americano Gay Talese, 77 anos, o jornalista mestre dos jornalistas, em entrevista recente. Talese inspirou a minha geração de repórteres a escrever sobre gente. Seu próximo livro será sobre os 50 anos de convívio com a mulher. Meio século de casamento e ainda apaixonados? Achei o máximo seu poder de concisão numa matéria em que o protagonista é ele próprio. Pensei: não pode ser tão simples, há outros segredos nesse coquetel de felizes para sempre. O humor. A admiração mútua. A cumplicidade. O respeito. A identificação. Gostos parecidos. Torcer pelo mesmo time de futebol. Mesma hora de acordar e de dormir.

Essa história de que “os opostos se atraem” só faz sentido em aula de Física ou em namoro-relâmpago aos 19 anos. A vida depois ensina que o amor é um espelho. Mesmo que fique um pouco turvo. Porque negociar e fazer concessões o tempo todo deve ser um porre. Igual a comprar tapetes no Marrocos. Barganha daqui e dali e todos se sentem meio ludibriados.

No fundo, Talese está certo. Se eu tivesse que escolher apenas dois segredos para manter um bom casamento, acho que seriam mesmo “paciência e bom sexo”. Sem bom sexo, a paciência é missão impossível. Já experimentou os efeitos do jejum continuado ou da frustração na cama? Alguém consegue ser paciente com o inferno do outro se não existir bom sexo? Por algum tempo, talvez. E sem paciência, o sexo ficará cada vez pior e mais raro.

mulher 7 por 7: Revista Época

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